A Estrela que Nunca Vai Se Apagar - Esther Earl [e-book]

Li este livro o mês passado e o facto é que estava com receio de fazer a resenha. O motivo é que este livro não me fez pensar no mesmo que às outras pessoas, e o modo como eu o encaro é totalmente diferente. Por isso, eu sei que é provável que esta minha resenha vá receber imensas críticas, e que provavelmente algumas pessoas irão deixar comentários negativos, mas penso que o blog serve para isso mesmo, para eu poder partilhar o que eu acho.

Este livro é uma coletânea de textos escritos no diário pela Esther Grace, num site pelos seus pais e de cartas de alguns amigos. Esther Grace era uma menina aparentemente normal, diagnosticada com cancro da tiróide apenas aos doze anos (algo extremamente raro). Não sendo spoiler para ninguém, a "estrela" faleceu em 2010, logo após fazer 16 anos. Ela é bastante conhecida pois foi ela que inspirou o John Green a escrever A Culpa é das Estrelas (resenha aqui), embora, muito importante salientar, a Hazel não é a Esther. O autor inspirou-se apenas na doença.

Confesso que nalguns momentos, senti que eu e a Esther podiamos ser amigas, porque ela adorava Harry Potter, gatos e desenhar. Mas apenas nisso. A verdade (e estou agora a respirar e a preparar-me para as críticas) é que o livro acabou por irritar-me muitoooo. O livro é interessante até ao ponto em que sabemos um pouco mais sobre o cancro, o que acontece numa família depois disso e ver como a Esther não desistiu. Mas depois é tudo cheio de mimimi, em como ela era forte, maravilhosa, que pena ela ter morrido, é injusto.... e isso irrita-me. Porque no fundo ela teve muita sorte. 

Se ela teve sorte em morrer? Claro que não! Mas quantas pessoas estão por aí a sofrer? Muitas! Quantas crianças tal como ela não têm cancro? Muitas. E quantas delas tiveram oportunidade de conhecer o seu autor favorito? Ter amigos de verdade? Ir a uma reunião de potterheads? Nenhuma! E porque isto me irrita? Pronto, eu falo.. talvez inveja. E porquê? Porque eu tenho problemas da tiróide, já fui operada para tirar um quisto, mas já fui preparada para o caso de sim, poder virar cancro da tiróide. E vai ser tudo bonitinho como no livro? Vou ter pessoas no mundo todo a saberem o meu nome e a usarem pulseiras em minha homenagem? Claro que não!

Por isso, eu não gostei do livro! Mas, atenção, eu admiro a Esther, porque sei que caso algum dia eu tenha de passar pelo mesmo que ela (Deus queira que não) eu não vou ter a força dela, o otimismo dela... Por isso, basicamente o que me irrita não é a Esther, nem o livro em si, mas sim o que as pessoas acham dele. O mimimi e o "ai coitadinha" que fazem!

Se eu aconselho o livro? Não tem cancro? Força então! Vai achar lindo e maravilhoso, uma menina tão linda e querida que se manteve forte e ...enfim! Tem cancro? Não leia! Vai ficar deprimido. A Esther é um exemplo sim, mas a única coisa então que precisa de saber é que temos de ser felizes e amorosos até ao fim dos nossos dias, porque tudo o resto vai deixà-lo(a) deprimido(a), porque não, não vai conhecer o seu autor favorito, não vai ter oportunidade de fazer a diferença no mundo e ninguém vai saber o seu nome. Lamento!

Beijo (e desculpem caso não tenham gostado da resenha :S)