segunda-feira, 10 de junho de 2019

Tudo no seu tempo...


Vamos lá a um textinho mais pessoal, porque sinto que preciso deitar cá para fora o que sinto e nada melhor do que escrever. Tenho passado por uma fase difícil na minha vida no que diz respeito há parte profissional, o que acaba, obviamente, por se refletir na parte pessoal.

No ano passado, mais ao menos nesta altura do ano, tomei uma decisão extremamente difícil para mim - desisti da faculdade. Foi mesmo muito complicado... Senti-me culpada porque o meu pai gastou imenso dinheiro, senti-me triste porque sabia que ele investiu no meu futuro e era uma desilusão, senti-me frustrada porque trabalhei aqueles anos para chegar àquele momento, que na verdade não me estava a trazer nenhuma felicidade...

Após isso, passei algum tempo sem fazer nada! A dúvida era: e agora fazer o quê? Arranjar um emprego? Mas em qué, se não tinha formação em nada? Passei algum tempo parada, o que em vez de me fazer feliz, porque tinha imenso tempo livre, acabou por me trazer momentos de ansiedade, frustação, desilusão... Decidi erguer-me e comecei a enviar currículos!


Aqui começa a parte que realmente me fez escrever este post. Se por um lado tive e tenho tido imensa sorte, porque me chamam para entrevistas, por outro tenho aumentado o meu nível de frustração, porque não me sinto bem em lado nenhum. Durante os últimos meses tenho andado a saltitar de emprego em emprego, sentindo que ainda não encontrei o meu lugar.

Depois vem o peso que a sociedade coloca em nós... Tenho amigos que quando se encontram comigo e ficam a saber que mudei de emprego me questionam "Mas então já mudaste de emprego outra vez?", "Mas vais a outra entrevista?", "Então no mês passado não estavas a fazer outra coisa?"... E isso só pesa, só traz frustação... Porque sinto que realmente sou uma desilusão e não me encaixo em lugar nenhum... Porque sinto que estou a falhar como pessoa e que, se os meus amigos com a mesma idade que eu já têm o emprego da vida deles eu também já o devia ter encontrado.

Tu não és obrigado a sair da universidade aos 25 e casar aos 27. Tu não és obrigado a ter um carro antes dos 30 e conhecer Paris até aos 40. Tu não és obrigado a ser feliz no tempo dos outros. A felicidade é uma experiência individual, não te tornes refém da opinião alheia.

Mas não somos todos iguais não é verdade? Cada um tem o seu momento ideal, as metas são diferentes... nós somos diferentes. Se mudo ou não de trabalho a cada semana é algo que só a mim diz respeito e um dia hei-de encontrar algo que me faça sentir realizada. Porque não quero ser apenas mais uma que odeia as segundas-feiras porque não gosta do que faz, que se sente infeliz nos domingos porque vem mais um dia do mesmo... Quero encontrar algo que me faça bem e em que sou boa e se para isso precisar experimentar todas as profissões do mundo... assim o farei!

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