sexta-feira, 1 de março de 2019

O que queres ser quando fores grande?

No ano passado, em Junho, eu teria me formado em Psicologia, se não tivesse mais ao menos umas 10 cadeiras em atraso #ups Acontece que estava completamente desmotivada, porque percebi (infelizmente um bocadinho muito tarde) que seguir aquela carreira não me faria feliz. Para além de estudar algo que não me estava a fazer bem, ainda me sentia pior ao saber que estava a fazer o meu pai investir em algo que eu não queria, sendo que não era só acabar aquele ano... para seguir psicologia são obrigatórios mais 2 anos de mestrado. Por isso, eu desisti!

Assim num dia, no metro, mandei mensagem ao meu pai a explicar tudo (sou melhor a organizar as minhas ideias quando escrevo) e que falaríamos melhor quando eu chegasse a casa. O meu pai apesar de um pouco desapontado e triste (o que me parte o coração) aceitou e disse para eu começar então a pensar no que queria fazer com a minha vida. Aí está o difícil! Nunca fui aquela criança que sabia o que queria seguir no futuro. Achei que quando chegasse a altura eu ia saber, mas os anos passaram e eu continuei sem saber o que fazer.

O que acontece é que a sociedade nos dita que os nossos sonhos têm que ser altos! Se vocês perguntarem a uma criança o que ela quer ser quando for grande e ela disser padeiro, lixeiro ou mostrar interesse por trabalhar numa loja do shopping, fazer caixa num super mercado... todos vão ficar boqueabertos. É suposto querer-mos ser médicos, advogados, dentistas, atrizes ou até uma sereia, seria para os adultos uma resposta mais aceitável. Mas porqué?


A verdade é que mesmo aqueles que defendem que todos os trabalhos são dignos, não aceitariam esta resposta de uma criança. "Padeiro, mas é isso que tu queres ser quando fores grande?". Isto tudo porque eu nunca me imaginei a seguir nenhuma daquelas "profissões de topo". Quando comecei a trabalhar em part-time, para ganhar algumas moedinhas, entrei para o mundo da hotelaria e para as vendas (nos shoppings) e a verdade é que me sentia feliz a fazer isso, mas parece que as pessoas não aceitam. "É mesmo isso que queres para a tua vida?".

É! Este mês, depois de tanto tempo desempregada e de ter enviado não sei quantos currículos para não sei quantas empresas, fui atrás daquilo que eu gostava. Mandei mensagem para um dos sítios onde já tinha trabalhado anteriormente e qual não foi o meu espanto quando me responderam na mesma hora e ainda me disseram que sempre me quiseram lá a trabalhar em full time.

Agora finalmente tenho um emprego! Num negócio em que acredito, com uma equipa que eu adoro e um patrão que realmente nos respeita e motiva. Não vou ser médica, nem advogada, nem dentista... mas vou poder dar dois dedos de conversa com pessoas simpáticas e sentir-me feliz com o trabalho que faço e o lugar onde estou. 


Sigam os vossos sonhos e não aceitem que vos digam que eles não são dignos!
Façam o que gostam porque só a vocês vos diz respeito...
Beijinhos

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