Título| O Ódio que Semeias
Autor| Angie Thomas
Editor| Editorial Presença
Páginas| 352
Já tinha ouvido falar tanto neste livro, que decidi que deste ano não passava e decidi inseri-lo na lista dos 12 livros que eu precisava ler sem falta em 2019. Decidi lê-lo este mês e não poderia estar mais feliz, porque ele superou todas as minhas expectativas. Se estão à procura de um livro juvenil leve, com certeza este não é o livro indicado!
«Tupac disse que Thug Life, “vida bandida”, queria dizer “The Hate U Give Little Infants Fucks Everybody”, ou “o ódio que você passa pra criancinhas fode com todo o mundo”.»
Starr Carter é a nossa protagonista. Desde muito nova, aprendeu com os pais, como uma pessoa negra se deve comportar em frente à polícia: "seja obediente", "não faça movimentos bruscos", "deixe as mãos visíveis", "só fale se te perguntarem algo"... Mas nada a preparava para o que ia acontecer. Na volta de uma festa que não deu muito certo, Starr e o seu amigo Khalil são parados e o que ela espera é que ele também saiba as regras. Um movimento errado, uma suposição, tiros são disparados e Khalil é morto. Ela é a única testemunha e precisa decidir se está na hora de usar a sua voz, para lutar por justiça e fazer o que é certo.
É um livro com uma história pesada, que nos abre os olhos sobre muitos assuntos. Aqui são retratados os vários bairros onde a venda de drogas é algo natural, assim como a separação dos territórios e os seus chefes (King Lords). Percebemos o quanto o racismo ainda é um assunto atual (infelizmente), que se vai vendo nas pequenas coisas; coisas que por vezes nos parecem inofensivas. Mas será que se em vez de uma pessoa negra, se tratasse de um branco, as decisões seriam as mesmas?
É nisto que este livro nos faz pensar: o quanto a cor, a posição social ou até o bairro onde moramos, pode determinar ou não quem somos. E devemos calar-nos perante as injustiças? Devemos apenas aceitar que alguém seja tratado de forma inferior só tendo em conta a cor da sua pele? Starr decidi que não! Que chegou a altura de falar, de lutar e de fazer as pessoas entenderem. Temos aqui uma protagonista extremamente humana, com os seus medos e defeitos, mas uma guerreira e, acima de tudo, uma menina muito genuína e incrível.
Sobre o livro não quero falar muito mais, para não vos estragar a surpresa. Leiam, reflitam, aprendam... O racismo não é algo do passado! Está presente em pleno século XXI e é preciso lutarmos, para que um dia a cor, a raça, a nacionalidade, a etnia, a religião... não sejam assuntos relevantes entre nós.
Livro x Filme
Antes de mais tenho a dizer que eu amo a Amanda Stenberg, a actriz escolhida para protagonizar Starr e, portanto, já previa um filme incrível, mas não sabia que seria tão perfeito assim. Adorei a escolha de todos os actores escolhidos, sendo que foi uma grande surpresa ver KJ Apa (Archie, em Riverdale) como Chris, porque tinha um certo ódio de estimação por este menino, mas adorei o seu trabalho. É também de salientar os papéis de Regina Hall (Lisa Carter, mãe de Starr) e Russel Hornsby (Maverick Carter, pai de Starr).
Logo no início percebi que a adaptação estava a ser muito fiel ao livro, mas depois tudo mudou. Vão sentir falta de algumas cenas e, até de alguns personagens (Tchau DeVante), mas todas as mudanças feitas fizeram todo o sentido, incluindo aquelas que foram acrescentadas. Se o livro é emocionante, o filme é devastador! Eu senti-me completamente destruída, sendo que já estava a chorar desde os primeiros 15 minutos. Pelo menos de meia em meia hora, tem algo que nos faz encher os olhos de lágrimas e em muitas das cenas foi mesmo preciso um lencinho e até um copo de água. É real, é duro, é cru...
Como eu disse, a Amanda é incrível e voltou a dar provas disso. As emoções que ela transmite são palpáveis. Existe uma cena (não é propriamente um spoiler, podem ler à vontade), em que ela está irritada e começa a esmurrar o tablier do carro e eu juro-vos que é possível sentir o ódio, a raiva e a sensação de impotência que ela sente. Sem dar spoiler, tenho a dizer-vos que as minhas cenas favoritas não aparecem no livro, sendo uma quando a Starr se irrita (não vou falar mais) e o final que é diferente. As mudanças que fizeram em algumas das minhas cenas favoritas também me surpreenderam... Acho que fizeram um trabalho incrível!
Agora trazendo uma péssima notícia: parece que o filme não vai estrear nos cinemas em Portugal. O motivo eu não sei, mas o filme já saiu em tudo quanto é sítio, mas aqui não há notícia, não há publicidade, não há cartaz... Sendo que eu tinha ouvido que ia sair em Fevereiro, mas agora não vejo nada que comprove isso! Se souberem de alguma coisa informem-me por favor!
"Thug Life"
Beijinhos
Oi Jessica!
ResponderEliminarEsse livro está na minha lista de desejados desde que foi lançado e até agora não li. Sei que o tema é forte e atual, e justamente por isso estou em cólicas de ansiedade por ele. Também não assisti ao filme ainda, justamente porque quero ler o livro primeiro. Tenho certeza que vou me emocionar demais!!!
Beijos
Olá, Jéssica!!
ResponderEliminarEU confesso que aind anao conhecia o filme, não fazia ideia que ja tinha saido! Agora, quero ver, quanto mais depois dessa opiniao sobre as atuaçoes! :)
Eu adorei ler o livro, foi a melhor leitura de 2018, na minha opiniao! Enfim, que bom que tambem gostaste!
Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Oi Jéssica, eu nem ouvi falar do filme ainda aqui no Brasil. Que bom que ele está bem fiel ao livro, acho fundamental isso, e torço para que estreie tanto aí como aqui.
ResponderEliminarBjs, Rose
Olá!
ResponderEliminarEsse livro está na minha lista de desejados desde seu lançamento, vejo muitos comentários positivos e a minha cudicuriosi só aumenta.
Tenho bastante curiosidade para assistir ao filme, mas estou esperando para ler o livro primeiro. Rs
Adorei sua resenha, e espero em breve poder ler.
Beijos!